18/02/2014

O aumento exponencial do consumo de dados exige a manutenção do Capex em níveis elevados, o que faz com que as operadoras avancem em fusões e aquisições, afirmou o presidente do grupo Telefônica Vivo, Antônio Carlos Valente, avaliando a tendência para o mercado brasileiro de telecomunicações.

"Tudo indica que o investimento anual do setor em 2013 repita o de 2012, entre R$ 23 e R$ 24 bilhões de reais. Gigantesco". Mas o efeito verificado no mundo, de consolidação do setor, ainda não ocorreu no Brasil, onde quatro operadoras móveis disputam o mercado, que conta também com a entrante Nextel. A situação, porém, tende a mudar, na avaliação de Valente. Esta sua avaliação, afirmou, não se trata das especulações em torno da venda da TIM pela Telecom Itália, mas de contexto mais amplo.

Para ele, estratégias de compartilhamento de backbone e backhaul e surgimento de operadoras móveis virtuais (MVNOs) no país também devem se acelerar no próximo período, como resposta à manutenção de um Capex alto que atenda às necessidades de aumento de capacidade e complexidade das redes.

"A figura maior do compartilhamento, seja para MVNO ou operadoras licenciadas, vai acontecer com mais frequência no Brasil por conta do crescimento do tráfego e investimentos necessários. A gente tem que partir, no futuro, para considerar esse movimento de forma mais comum".

No entanto, o compartilhamento da infraestrutura de acesso, uma abordagem que a Telefónica mantém na Espanha, deve ser resguardada para o futuro, quando os altos investimentos deem retorno. "Temos que ter um compromisso entre a realização do investimento, a rentabilização do investimento e a futura abertura dessas redes. No Brasil, a Anatel tomou medidas com equilíbro e sabedoria ao criar a figura do feriado regulatório para assegurar o investimento, para garantir que operadores usem essas fibras quando for viável", declarou.

O executivo participou nesta terça-feira (18), em São Paulo, do lançamento da Nuvem Jornaleiro.

Fonte: Marina Pita  - Telesíntese