16/08/2014
Em uma ligação, o celular fica mudo de repente; ao usar a internet, o tráfego é lento e os dados não carregam. Essa é a via-crúcis que usuários de telefonia móvel no País enfrentam diariamente ao tentar usar os serviços.
No Estado não é diferente e a culpa, segundo as operadoras, é das prefeituras, que impedem a instalação de antenas, as chamadas Estações Rádio Base (ERBs), por causa das legislações consideradas rígidas.
O diretor do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviços Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil), Ricardo Dieckmann, declarou que as leis não acompanharam a tecnologia.
“Burocracia atrasa e impede melhoria no sinal de celular. Essas legislações foramcriadas na década de 1980 quando havia desconhecimento sobre a evolução das tecnologias. Não havia a perspectiva de crescimento que tem hoje”, afirmou Dieckmann.
Segundo ele, há hoje no País 295 leis estaduais e municipais que regulam a instalação de ERBs. “O crescimento exige das redes acompanhamento da infraestrutura e isso que as empresas têm dificuldade de fazer” afirmou.
Dieckmann criticou ainda o que considera falta de preparo dos servidores públicos para avaliar os pedidos de instalação de antenas. “Eles têm dificuldade de entender a parte técnica, isso acarreta demoras de mais de um ano”, frisou.
Para ele, é preciso que os municípios eliminem as leis restritivas e facilitem o processo. “Fazer a mesma exigência para instalar uma torre de 40 metros e uma microcélula do tamanho de uma caixa de sapato não tem sentido”, criticou.
Questionado sobre a preocupação das prefeituras com a emissão de ondas que podem prejudicar a saúde, Dieckmann disse que não há comprovação científica dos danos. Ele acrescentou que o País segue diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“A OMS estuda esse problema e emitiu alguns parâmetros adotados na maioria dos países e no Brasil. Foram sete anos de discussão no Congresso Nacional”, afirmou. O diretor do Instituto Internacional de Tecnologia e Informação Científica, Renan Barcellos, diz que os trâmites nas prefeituras são lentos. “É preciso melhorar a legislação. Mas as operadoras também precisam investir”.
Fonte: Dayane Freitas - A Tribuna
Copyright © 2015 ABRAFIX - Associação Brasileira de Concessionárias de Serviços Telefônico Fixo Comutado. All Rights Reserved.