02/03/2015
Quando mais uma vez o presidente do Facebook, Mark Zuckberg, é uma das estrelas do Mobile World Congress, em Barcelona, os presidentes das operadoras adotam um mantra mais 'pesado' e desafiam seus rivais.
"O Facebook é um serviço de comunicação? Sim o é, mas na prática parece que não o é", disparou o presidente da Deutsche Telekom, Timotheus Hoettges. O CEO da Telefônica, César Alierta, por sua vez, defendeu uma regulamentação para OTTs e Telcos ou a desregulamentação.
O painel de abertura do Mobile World Congress, realizada na manhã desta segunda-feira, 02/03, deixou claro que os serviçosOTTs incomodam muito. Também deixou claro que há uma grande preocupação com a questão da privacidade dos dados pessoais. Aqui em Barcelona, os executivos foram claros: cloud computinge big data chegaram para ficar e será necessário criar um ambiente de segurança regulatória para a contratação desses produtos ligados à análise de dados.
O discurso contra as OTTs foi unânime entre os executivos presentes ao painel."Somos nós que fazemos investimentos em redes", sustentou César Alierta, da Telfônica. Já Timotheus Hoettges, da Deutsche Telekom, referiu-se o tempo todo ao Google e ao Facebook. Para o executivo, os serviços OTTs canibalizam a receita. "Temos que ser competitivos com os nossos rivais. Nossas receitas estão caindo. Eles (referindo-se aos OTTs) querem interconexão livre, mas eles abrem suas aplicações?", disparou.
A privacidade dos dados pessoais também foi tema do painel. E aqui mais uma vez, a conta caiu no colo do consumidor. Para o CEO da Deutsche Telekom, o usuário final concorda com tudo que é colocado à frente dele para ter o acesso, de preferência gratuito. "Se fala muito em privacidade, mas não se trata dela como deveria", ponderou. Para Timotheus Hoettges, se faz necessário - e aqui o tema também está em debate no Brasil - a elaboração de uma regulamentação para a privacidade dos dados.
A neutralidade de rede também foi citada no painel de abertura. O CEO da Telefônica, César Alierta, se disse defensor da neutralidade, mas ponderou que essa neutralidade tem que ser levada para o mundo digital. "Não podemos ter amarras enquanto outros não têm nada. Mesmas regras, mesmos serviços para todos", pontuou o executivo.
Ana Paula Lobo viajou a Barcelona para oMWC 2015 a convite da Alcatel-Lucent.
Fonte: Ana Paula Lobo - Convergência Digital
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