10/03/2015
Como já era esperado, os relógios inteligentes foram os principais destaques da Mobile World Congress, a maior feira de tecnologia móvel do mundo, que ocorreu na semana passada em Barcelona.
Nos últimos dois anos, diversas fabricantes - entre elas LG, Samsung, Sony e Asus - lançaram modelos de smartwatches. Nenhum emplacou. Há uma série de motivos para o desinteresse do consumidor. São aparelhos caros, na faixa dos US$ 200 e US$ 300, difíceis de usar e poucos têm um design que conquiste fãs fora do grupo de entusiastas de tecnologia. A história começou a mudar no final do ano passado. A Apple, tradicional impulsionadora de mercado (ela não costuma criar, mas tem como tradição definir padrões em diversas categorias de eletrônicos), anunciou que teria seu próprio relógio inteligente. Os detalhes do Watch foram anunciados neste segunda-feira (9), num evento da empresa em San Francisco. Nesse meio tempo, dezenas de fabricantes correram para lançar modelos melhores, principalmente no que diz respeito ao design.
O resultado desta corrida ficou bem claro na MWC, em Barcelona. Era fácil notar a empolgação de alguns dos 90 mil visitantes que passaram pela feira ao longo da semana passada. Nos estandes de fabricantes como Huawei e LG, os smartwatches atraiam a maior fila de curiosos para experimentá-los e tirar fotos.
Apesar de haver interesse e empolgação com as novidades tecnológicas, há muita gente desconfiada. Por que gastar um bom dinheiro num novo aparelho, com mais uma bateria para lembrar de carregar, que só vai levar para o pulso as funções básicas de um smartphone? Aqui vale um lembrete. Quando o iPhone e o iPad foram lançados, muita gente questionou por que pagaria mais para ter produtos com recursos mais limitados do que já existiam. Como falamos neste artigo publicado no ano passado na revista ÉPOCA, tudo dependerá se esses relógios irão criar uma nova forma de o ser humano se relacionar com a máquina. Ou seja. Esqueça apenas as notificações do seu celular no seu pulso. Assim como ocorreu com os smartphones e tablets, a inovação no uso virá, principalmente, dos desenvolveres de aplicativos.
Confira uma lista de relógios inteligentes que enfrentarão o Watch, da Apple, nesta promissora categoria de eletrônicos.
Huawei Watch
O smartwatch da fabricante chinesa foi uma das boas surpresas da feira. Ele tem sistema Android Wear e conecta-se a smartphones. Ele chamou a atenção pelo design. A Huawei contratou Ben Norton, designer que já passou por grifes como Fossil e Emporio Armani. Em vez de vidro, a tela redonda do smartwatch é feita de cristais de safira, mais resistente. Não há detalhes ainda de preço ou data de lançamento.
LG Watch Urbane
Foram dois modelos da linha Urbane apresentados na MWC. Um com sistema Android Wear e outro com o WebOS, desenvolvido pela Palm (sim, aquela dos ancestrais dos smartphones). Diferentemente do Android Wear, que exibe os aplicativos numa lista vertical, os programas do Urbane LTE aparecem numa lista em forma de carrossel. Assim como o da Huawei, o smartwatch da LG visto de longe parece um relógio de luxo tradicional. Ele tem conexão 4G própria, que permite fazer ligações e enviar e-mails sem a necessidade de estar conectado a um celular.
Peeble Time
O Peeble foi um smartwatch anunciado em 2012, quando pouco se falava no assunto. Ele foi criado a partir de um site de financiamento coletivo chamado Kickstarter. Tornou-se uma boa alternativa para quem quer um relógio simples de usar e com bateria que dura até uma semana. O relógio tem um microfone embutido, que permite enviar recados de voz em reposta a notificações recebidas por aplicativos em smartphones. É possível usá-lo também como um gravador de lembretes. O modelo com acabamento em alumínio custa US$ 250.
Guess Connect
É o popular modelo Rigor da marca americana adaptado para uma versão "smart". Para lançá-lo, a Guess se uniu com uma empresa californiana chamada Martian. Ele é mais limitado do que outros smartwatches porque não tem a tela sensível ao toque. O Guess conecta por Bluetooth com iPhones e smartphones com Android e cria padrões de vibração para notificações. Dependendo da forma como ele vibrar, é possível saber qual aplicativo está te notificando de alguma atualização. Ele também tem microfone e um pequeno alto-falante, que permite ouvir e enviar mensagens de voz. O Guess irá custar US$ 350 e começará a ser vendido na Europa no segundo semestre de 2015.
Sony Smartwatch 3
O relógio inteligente da Sony, que tem sistema Android Wear, destava-se pelo formato quadrado da tela e foi lançado antes da MWC. A fabricante japonesa usou a feira para anunciar novas opções de pulseiras que se somam ao elegante modelo em aço escovado. Há agora pulseiras em couro preta e marrom. O modelo custa 330 euros na Europa, o equivalente a R$ 1.080,00.
Withings Activité
É o mais "classudo" dos smartwatches. Antes, ele funcionava apenas com um sistema próprio, que enviava informações a um aplicativo. Agora, o sistema do relógio está totalmente integrado com o sistema Android. O Whithings guarda dados sobre seus passos diários, exercícios físicos e até suas horas de sono. Também enviava informações para o Fit, aplicativo de saúde do Google. Além do mostrador das horas, há um mostrador auxiliar que informa o percentual de exercícios que o usuário já fez para cumprir sua meta diária. Custa US$ 450.
Asus Zenwatch
Outro relógio com sistema Android Wear que é elogiado por blogs especializados em tecnologia pelo seu design. Ele consegue unir um ar mais hitech com uma clássica pulseira de couro. Também chama a atenção pelo preço. Custa US$ 200, metade do preço de algum de seus concorrentes. Em resenhas sobre ele, o leitor de batimentos cardíacos embutido no aparelho foi criticado, assim como a duração da bateria.
Motorola Moto 360
É um dos poucos modelos que pude testar por mais tempo. Fiquei 15 dias com o 360 no ano passado. Gostei muito do design, apesar de achar o material da pulseira de qualidade questionável. De qualquer forma, há opções de pulseiras de metal, que lembram aqueles antigos relógios da Casio. Tem sistema Android Wear. É um dos poucos vendidos no Brasil. Custa R$ 800.
Samsung Gear S
Assim como a LG, a Samsung tem relógios com sistema Android Wear e um modelo com um software próprio, chamado Tizen. O Gear S tem um chip independente, que permite fazer ligações, enviar mensagens e e-mails mesmo sem que ele esteja conectado a um smartphone. Tem uma tela quadrada com o vidro curvado. No Brasil custa R$ 1.400,00, bem mais caro do que o concorrente da Motorola.
O jornalista viajou para a MWC, em Barcelona, a convite da Samsung
Fonte: Época online
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