08/06/2015
O mercado brasileiro de smartphones comercializou 14,1 milhões de aparelhos no primeiro trimestre do ano. Os dados são da consultoria IDC. O número foi 33% maior que nos mesmos meses de 2014. Na seara dos feature phones, as vendas despencaram 54%, para 1,2 milhão de unidades.
“Tradicionalmente, o primeiro trimestre não é um dos mais fortes para o mercado. Neste ano, mesmo com a atual conjuntura econômica, com taxa de juros e inflação alta e desemprego, o resultado foi positivo”, afirma Leonardo Munin, analista de pesquisas da IDC Brasil. Ele atribui esse movimento ao canal de vendas, que já sabia da possibilidade de aumento de preços motivada pela variação cambial, e antecipou as compras.
Os preços dos aparelhos intermediários ficaram de R$ 30 a R$ 60 mais caros, e os tops de linha tiveram aumento de R$ 100 a R$ 200. “Isso acontece devido à alta do dólar e ao fato e o Brasil não ser um país que tem insumos suficientes para atender a demanda e, por isso, exporta muitas peças”, avalia Munin. Em relação à faixa de preço, os smartphones intermediários – que custam entre R$ 450 e R$ 999 – foram os mais vendidos e o ticket médio ficou em R$ 790. De todos os aparelhos inteligentes vendidos, 90% têm sistema operacional Android e 30% possuem a tecnologia 4G.
A IDC aponta também que as operadoras estão oferecendo cada vez menos subsídios para o consumidor, que está migrando para o varejo físico e online. “O fluxo de vendas nos varejos tradicionais continua forte. Notamos também um grande crescimento de lojas e quiosques das próprias marcas, que possuem uma alta produtividade por metro quadrado fornecendo ao usuário um atendimento mais direcionado e especifico, tornando o consumidor mais propício a realizar sua compra”, destaca o analista.
Para 2015, a IDC Brasil previa vendas de 63.5 milhões de smartphones. Com o cenário de crise, porém, a expectativa caiu para menos de 58 milhões de celulares inteligentes. “Não vemos possibilidade de voltarmos a uma projeção maior. Pelo contrário, ainda podemos prever algo mais baixo. Uma alternativa para os fabricantes é convencer quem tem um feature phone a comprar um smartphone e quem já tem um celular inteligente intermediário optar por um modelo mais top de linha”. Hoje, o Brasil ainda tem uma base instalada muito grande de feature phones – pouco mais de 45% da população ainda tinha esse tipo de celular até o fim de 2014.
Fonte: Rafael Bucco - Telesíntese
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