17/06/2015
Dirigentes de todas operadoras móveis afirmaram, nesta quarta-feira, 17, que o aumento do Fistel em 189%, como está cogitando o governo, vai reduzir a base de celulares pré-pagos em 40% e diminuir significativamente a capacidade de investimentos das operadoras, semfalar nos prejuízos que trará para toda a sociedade e para as demais cadeias produtivas.
O recado foi dado ao ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, em encontro quemarca aunião do setorsobre o tema.A previsão dos empresários é de que o efeito desse aumento será devastador para as prestadoras.
De acordo com os números reunidos pelo SindiTelebrasil, a alta vai elevar a taxa de Fiscalização e Instalação (TFI), paga na ativação, de R$ 26,83 para R$ 77,54 e a de Fiscalização de Funcionamento (TFF), paga todos os anos, de R$ 13,42 para R$ 38,77. Essa alta aumentaria de R$ 3 bilhões para R$ 8,5 bilhões o desembolso anual das empresas, que teriam os custos impactados em mais R$ 5,5 bilhões.
Com a alta, as empresas calculam que passariam de um lucro, anotado em 2014, de R$ 4,03 bilhões para um prejuízo de R$ 1,5 bilhão. Além disso, a medida provocariaumaumentodemais de20% do preço mé- diode todos osserviços; queda na arrecadação do ICMS e dos fundos setoriais (Fust e Funttel) e desemprego em diversas áreas, como em call center, nas empresas de engenharia de rede e instalações e de rede de distribuição e atendimento.
Segundo o presidente executivo do SindiTelebrasil, Eduardo Levy, a alta da taxa, nas margens já cogitadas, elevará o custo mensal por cliente para R$ 4,83pormês."ComumticketmédiodeR$11,8só sobrariam R$ 7 para cobrir todos os custos, restando pouco mais de R$ 1 para remuneração da empresa", disse."Com isso, as operadoras teriam que aumentar os créditos em mais de 50% para manter a situação dos clientes que hoje representam uma rentabilidade para as empresas", disse.Levy, ressaltando que a luta do setor, em todos esses anos, foi de reduzir o Fistel e não aumentar. Caso o aumento seja confirmado, as empresas não veem sentido em investir no País.
A entidade também aponta ameaças jurídicas resultantes da alta do Fistel, como a alteração dos parâmetros do modelo de negócios dos leilões de frequência e impertinência e desproporção razoável entre o valor arrecadado e o custo da fiscalização realizada. Para resolver essas questões, o sindicado entende que a Anatel precisará revisar as obrigações contratuais decorrentesdo nãocumprimento dos planos de negócios constantes dos leilões de frequências. Outra consequência seria o reforço da tese de confisco via Fistel, adotada pelas operadoras nas ações judiciais em curso.
Os empresários entendem que qualquer aumento do Fistel prejudicará a participação das operadoras no Plano de Banda Larga para Todos. "O setor está terminando um trabalho sobre possibilidades de fazermos, dentro de uma ação ganha-ganha, um atendimento ao programa, para expandir e aumentar a base de clientes com acesso aos serviços", disse Levy. Mas adiantou que o aumento do Fistel vai contra o esforço que é feito para ampliar os acessos.
Levy disse que o ministro Berzoini afirmou não ter um posicionamento concreto por parte dos Ministérios do Planejamento e da Fazenda, que entende a importânciado setorpara o País como umtodoe sua influência na economia e externou a preocupação de que ações dessa natureza devem ser levadas com muita cautela.
Os empresários adiantaram que também vão procurar interlocutores nos dois ministérios para também externar a preocupação deles. "Nunca o setor esteve tão unido numa situação de tamanha gravidade", afirmou Levy.
Participaram do encontro Amos Genish, presidente da Vivo;Bayard Gontijo, presidente daOi;José Formoso, presidente da Embratel (representando a Claro); Mario Girasole, vice-presidente da TIM; Franco Betone, presidente do Conselho de Administração da TIM; e Sebastião Divino, presidente da Algar.
Fonte: Teletime
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