29/10/2015
O presidente do SindiTelebrasil (entidade que reúne as operadoras e indústria de telecomunicações), Luiz Alexandre Garcia, lançou hoje, 29, a proposta de criação de um Fórum de debates multistakeholders para acelerar a implementação de cidades inteligentes no Brasil.
A ideia, segundo Garcia, é unir diferentes setores do governo federal – como os ministérios das Comunicações, das Cidades, de C&TI, aos representantes das administrações municipais, indústria e operadoras – para destravar o setor. Para Garcia, há muitos problemas legais e regulatórios que precisam ser resolvidos para que as parcerias público-privadas avancem. O seu desafio foi lançado em debate no Futurecom 2015.
Um exemplo de parceria entre o poder público e a iniciativa privada que promete ser uma vitrine para as smart cities é o da iluminação pública da prefeitura de São Paulo, que está há dois anos em elaboração e ontem,28, o Tribunal de Contas do Estado liberou o projeto. Segundo Sergio Binda, da GE, a cidade de São Paulo fará uma economia de energia equivalente a uma cidade do tamanho de Florianópolis, todos os anos, com a implementação da nova rede. O secretário de turismo de Águas de São Pedro, Fabio Ferreira, disse que prefeitura já economiza 35% de energia com a informatização da iluminação pública.
Baterias
Um dos problemas a ser enfrentado para ampliar o uso de sensores nas cidades é o tempo da bateria desses equipamentos, alertou Mauro Fukuda, diretor da Oi. “O poder público não pode trocar a bateria de milhares de sensores com frequência”, disse, e por isto a operadora está criando sistemas e usando equipamentos que tenham baterias com pelo menos 10 anos de durabilidade. Espalhar sensores nas cidades e não saber o que fazer com a montanha de informação gerada, não é nada agradável e foi o que levou administração da cidade espanhola de Santander a buscar uma solução integrada, disse o diretor da Nec, Wagner Coppede.
O que não impede o surgimento de soluções que podem ser desenvolvidas para problemas específicos, como o apresentado pela Qualcomm, e hoje usado na cidade de Nova Iorque, e que, segundo o diretor Carlos Kokron, pode ser bem-vindo para os orelhões brasileiros. O projeto transformaria os atuais TUPs em totens inteligentes, com acesso à banda larga WiFi e financiado por publicidade.
A Telefônica Vivo, observa Eduardo Koki Iha, tem investido em projetos para diferentes prefeituras levando a ideia de que os processos para a gestão pública podem ser mais eficientes, e, para isto demandam planejamento estratégico. Planejamento este, assinala Juantxo Folch, da Everis, que se transformou em uma das razões para a Espanha ter se tornado o país com o maior número de cidades inteligentes do planeta – 8 de 80 listadas. Outra condição, aponta ele, é o apoio integral do governo local ao projeto.
Apoio este, disse Manoel Horácio, da TIM, que no Brasil pode ser mais difícil, mas não impossível de acontecer. E cita a experiência com o app de inventário cultural desenvolvido gratuitamente pela operadora para a prefeitura para a prefeitura de São Paulo que está sendo agora comercializado para outras 7 cidades brasileiras. E, no entender de Alberto Oliveira, diretor da Ericsson, o mais importante para fortalecer implantação das cidades inteligentes é resolver o problema apresentado, e não pensar só na tecnologia. No Brasil, observou, a empresa tem um projeto em São José dos Campos com bons resultados para mostrar.
“Momentos de escassez criam ótimas oportunidades para se buscar eficiência no modelo de gestão pública e é que devemos perseguir”, arrematou Garcia.
Fonte: Miriam Aquino - Telesíntese
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