04/06/2013
Há três anos, quando foi anunciada a entrada da Portugal Telecom no capital da Oi, o então presidente da PT, Zeinal Bava, reuniu jornalistas na sede da operadora, em Lisboa, e esclareceu que os quase R$ 9 bilhões de aporte na empresa brasileira não eram somente um investimento: a PT ia participar da gestão da tele.
O comunicado desta terça-feira, 4/6, aos mercados financeiros do Brasil e de Portugal de que Bava assume o comando da Oi tem, portanto, teor muito mais de planejamento do que de profecia. O executivo já vinha cotado para o cargo quando Francisco Valim foi demitido, em janeiro – sugestão rechaçada na época pela operadora.
Não chega a surpreender. Quando a Portugal Telecom ingressou naquela que já foi batizada de ‘supertele nacional’, os controladores do grupo brasileiro se apressaram a garantir que a operadora não estaria sendo ‘desnacionalizada’. Quando, também no início deste ano, voltaram os rumores de que a PT ampliaria o naco na Oi, novas negativas.
O grupo La Fonte tem 19,35% das ações na Telemar Participações, holding que controla a Oi. A Andrade Gutierrez Telecom tem outros 19,35% das ações. A PT, por sua vez, tem pouco mais de 12% das ações na Telemar Participações. O restante é dividido entre o BNDES e os fundos de pensão das estatais e dos funcionários da Oi.
Mas a PT é sócia tanto da La Fonte e como da Andrade Gutierrez Telecom. A operadora portuguesa tem 35% das ações de cada uma das duas controladoras da Oi. Ao todo, com os investimentos no grupo Oi, a Portugal Telecom tem cerca de 25% do capital da tele brasileira.
Segundo o comunicado à CVM, o “profundo conhecimento do Grupo” por Bava “e o trabalho desenvolvido pelo Comitê de Engenharia e Redes têm contribuído decisivamente para uma gestão operacional cada vez mais integrada e convergente dos Grupos Oi e PT”. O anúncio alegrou o mercado financeiro – uma hora e meia depois do comunicado, os papéis da Oi já tinham se valorizado em mais de 15%.
Zeinal Bava não deixará a PT – ele sai da presidência executiva, mas vai comandar os negócios da operadora em Portugal. Henrique Granadeiro acumulará os cargos de presidente do Conselho de Administração, que já detinha, e de presidente da Comissão Executiva da Portugal Telecom.
Fonte: Luís Osvaldo Grossmann - Convergência Digital
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