11/10/2013
As principais organizações de alguma forma envolvida com a sustentação técnica da Internet estão se voltando contra a predominância dos Estados Unidos na governança da rede, materializada na supervisão do Departamento de Comércio americano sobre a ICANN e a IANA.
A partir de um encontro em Montevidéu, no Uruguai, no início da semana, os diretores da própria ICANN, do IETF (Internet Engineering Task Force), IAB (Internet Architecture Board), do World Wide Web Consortium, da Internet Society e as cinco entidades regionais de registro firmaram um manifesto pela ‘internacionalização’.
Para além do ICANN, essas entidades não têm relação hierárquica com o governo americano, mas a presença de norte-americanos é majoritária. Ainda assim, foram unânimes na ‘forte preocupação’ com os efeitos de quebra da confiança dos internautas em todo o mundo diante das denúncias de espionagem dos EUA.
A principal preocupação é com ‘a fragmentação da Internet em níveis nacionais’ e, por isso, defendem, em nota, ‘a aceleração da globalização das funções da ICANN e da IANA’, em direção a um ambiente de multirepresentação, inclusive governamental.
A nota, divulgada em inglês, espanhol, francês, árabe, russo e chinês – para explicitar o caráter internacional do manifesto – defende o envolvimento generalizado das diversas comunidades em busca de um modelo de governança que faça frente aos desafios colocados pelo monitoramento indiscriminado.
No Brasil, o presidente da ICANN – entidade por aqui atacada pelo governo por simbolizar o “controle” da rede pelos EUA – se encontrou com a presidenta Dilma Rousseff, festejou as palavras do Brasil na ONU e defendeu a realização de um evento global no país no próximo ano para tratar da governança da Internet.
Fonte: Luís Osvaldo Grossmann - Convergência Digital
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