23/10/2013
Campeãs de reclamações, alvos de medidas como a suspensão de vendas, sem mencionar as 19 comissões parlamentares de inquérito abertas por todo o país para questionar a má qualidade do serviço, é certo que o cenário não é dos mais amigáveis às operadoras de telecomunicações. E para o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, refletem interpretações algo injustas.
“Uma visão do setor no último ano em muitos casos está longe de ser positiva”, admitiu o executivo nesta quarta-feira, 23/10, ao participar do 15º Futurecom, no Rio de Janeiro. Ele acredita, no entanto, que “as manchetes não são compatíveis com o que a gente acha do setor e, algumas chegam a ser intrigantes”.
Em especial, Abreu questiona a conta que, mais uma vez, levou a União Internacional da Telecomunicações a indicar que os brasileiros pagam o preço mais caro do planeta para falar ao telefone celular. E usou o exemplo para defender que melhorar a comunicação faz parte do cardápio para melhorar o desempenho do setor.
“Dizem que nós temos a tarifa mais cara, mas ao mesmo tempo a menor margem líquida, o que não são informações compatíveis. Ou seria um setor extremamente incompetente”. Segundo ele, embora sejam atores de destaque na inclusão, geração de renda, empregos e impostos, as operadoras não são vistas como tal. “Nossa imagem tem sofrido, em boa medida, pela má comunicação do setor”.
Comunicação essa que vale tanto para consumo ‘externo’ quanto ‘interno’. Isso porque, a própria regulação não corresponderia ao que se espera preferencialmente das telecomunicações. “Há dois caminhos, um deles é de sermos como utilities, com baixa inovação e forte regulação. O outro é acreditar que somos um setor mais voltado à inovação”, avaliou.
Daí Abreu identificar muito desgaste em vários temas como a queda nas tarifas de interconexão, a disputa pelos 700 MHz, no atendimento rural, nas multas aplicadas e no Marco Civil da Internet. “Uma serie de elementos do setor exigem discussão mais rigorosa, ser mais cuidadoso na regulação. Regulação não é cardápio, é um pacote que deve ser visto no todo. Se exigem assimetrias, elas devem ser compensadas.”
Fonte: Luís Osvaldo Grossmann - Convergência Digital
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