24/10/2013
O mantra é antigo: mercado, academia e governo funcionam como ilhas estanques quando se fala em inovação no Brasil. Em um painel realizado nesta quarta-feira, 23, na Futurecom, representantes de diversas empresas voltaram a bater na mesma tecla.
O CEO do Grupo Algar, Luiz Alexandre Garcia, afirmou que inovação depende de contato entre os diferentes agentes do ecossistema. “O comércio se globalizou, mas a geração de conhecimento continua local. É preciso ampliar o contato”, disse. Para o executivo, isso pode acontecer a partir da criação de um network de colaboração, envolvendo as universidades, centros de pesquisa e as empresas.
Essa rede seria formada por clusters de conhecimento, que seriam os responsáveis por alimentar a cadeia produtiva. Garcia acredita que iniciativas como essa dependem da criação de grupos de trabalho multidisciplinares, reunindo empresas, governo e órgãos reguladores. Seriam esses grupos os responsáveis pela definição dos desafios a serem vencidos e qual os melhores meios de fazê-lo.
Para Ciro Diehl, presidente da Oracle Brasil, o processo de inovação no País está invertido. “A pressão está colocada nas empresas, enquanto nos países desenvolvidos a inovação começa dentro das universidades”, disse. No entanto, ele reconheceu que é preciso aproximar a indústria das instituições de ensino, que devem ser provocadas e estimuladas. “Não conseguimos praticar inovação e entregar números”, afirmou.
O segredo para que esta integração saia dos discursos e comece a ocorrer de fato é o planejamento de longo prazo. “No Brasil, estamos acostumados a fazer mais, não a fazer melhor”, disparou Alexandre Gouvêa, presidente da Atos para a América Latina, para quem a pressão constante por crescimento faz com que as empresas coloquem o foco no curto prazo. Para o executivo, essa tendência precisa ser revertida para que as empresas possam fazer mais e melhor, praticando o planejamento.
Fonte: Fabio Barros - Convergência Digital
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