15/04/2014
A Intelig, que nasceu como empresa-espelho da Embratel para telefonia de longa distância, começa a desaparecer para o mercado. A TIM adquiriu a empresa em 2009, por R$ 650 milhões, mas decidiu desativar a rede herdada juntamente com a marca. A maioria dos cerca de 3 mil clientes empresariais da Intelig será transferida para uma
nova rede multisserviços da TIM ao longo dos próximos dois anos, na medida em que seus contratos forem atualizados.
Os componentes eletrônicos serão removidos das instalações dos clientes e da rede, e descartados, pois muitos deles têm mais de dez anos de uso. Do ponto de vista da eletrônica e da arquitetura, essa infraestrutura será extinta. Como a rede herdada foi construída totalmente com fibras ópticas, esses cabos serão reutilizados.
Estava sob a Intelig todo o portfólio de atendimento aos clientes empresariais de grande porte: serviços de telefonia fixa, desde conectividade à internet, redes de comunicação nacional e internacional, valor adicionado, gestão de rede, entre outros. Todo o portfólio passa a ser incorporado à marca da TIM e o cliente terá uma única operação, mais veloz.
Continuarão a ser emitidas duas contas, mas o cliente do serviço móvel contará com planos ilimitados de fixo para móvel também, como já está disponível de móvel para móvel hoje, disse ao Valor, Alex Salgado, diretor da unidade de negócios corporativos fixo da TIM. Em longo prazo, a tendência é que a cobrança seja unificada, mas não haverá conta única, porque voz e dados são tarifados de modo diferente, devido a regras tributárias, afirmou o executivo.
A operadora italiana entra em uma nova fase de negócios, com expansão da rede fixa de nove para 80 cidades em 2015. Começará a competir, em maior escala, com as grandes operadoras pelo mercado de telefonia fixa e conexão em banda larga à internet, até agora considerados seus pontos fracos.
A Intelig estava presente apenas em São Paulo e no Rio. A partir de março, sua nova rede foi ativada em mais sete cidades do Norte e Nordeste. Do investimento de R$ 11 bilhões da TIM para o triênio 2014-2016 no Brasil, 90% serão com infraestrutura, disse Salgado. Só para aumentar sua capacidade de transmissão, a TIM destinou R$ 200 milhões no biênio 2014-2015.
O desligamento de parte da rede e da marca Intelig se segue a uma reestruturação no grupo iniciada em 2012. O processo incluiu a integração das redes da TIM Celular, da Intelig e da TIM Fiber - essa última era a unidade de fibras ópticas que se originou da Atimus. Tudo foi incorporado em um só negócio com foco em comunicação móvel e fibras ópticas.
O plano agora é ficar com apenas uma marca, sob a qual será consolidada a infraestrutura empresarial de todo o portfólio da companhia. "Somos fortes no mercado de mobilidade e estamos levando isso para o mercado fixo, nos posicionando em mercado dominado pelas operadoras tradicionais", disse Salgado.
A Intelig continuará a existir apenas como pessoa jurídica. Seu código 23 de seleção de prestadora para chamadas de longa distância já havia sido devolvido à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em 2012, quando passou a adotar o 41 da TIM. Depois, a marca passou a ser divulgada como TIM/Intelig. Portanto, segundo o executivo, a desativação da marca já era esperada pela base de clientes, que começa a ser informada pela empresa sobre os novos passos.
Com a troca de infraestrutura e expansão geográfica, a receita de R$ 300 milhões da companhia em telefonia fixa no segmento empresarial prevista para este ano passará para R$ 450 milhões em 2015, e R$ 600 milhões a R$ 700 milhões em 2016, segundo cálculos da tele. Com as sete novas cidades a cobertura atinge 10 mil empresas potenciais e, em 2015, serão 50 mil companhias.
O custo de atendimento ao cliente empresarial é cinco vezes menor na nova infraestrutura comparado há um ano na rede tradicional, disse o executivo. Isso foi possível devido a um novo desenho de rede, com tecnologias que permitem atender a múltiplos serviços de 3G e 4G.
O diretor cita Manaus como um dos locais que praticamente não tinham competição em rede fixa. O atendimento era por satélite, mais caro que as tecnologias móvel ou fixa. Os sistemas dedicados de internet que começam a ser implantados pela TIM, com 2 megabits por segundo, custará R$ 2.190 por mês, com impostos inclusos. Segundo a tele, muito próximo do que é cobrado nos grandes centros por links dedicados e competitivo em Manaus ante os cerca de R$ 3 mil praticados pela concorrência.
Em São Paulo, a Live, operação residencial da TIM, usa a mesma rede multisserviços, com planos de 10 Mbps a 1 Gbps, por R$ 1.990 a R$ 30 mil mensais para dados.
Fonte: Ivone Santana - Valor Econômico
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