24/04/2014
Nos bastidores do evento, que acaba nesta quinta-feira, 24/04, em São Paulo, muitos participantes afirmam que 'foi um erro de fato não incluir a neutralidade de redes no debate". E parece que o tema realmente é o mais forte. O Brasil, de acordo com o ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo, quer - com todas as letras- a neutralidade de rede no documento final, que será apresentado no final da tarde, mas há uma forte resistência de países como Estados Unidos, União Europeia e Rússia, que aliás, fez duras críticas ao modelo do NetMundial.
"É verdade. A neutralidade de rede está sendo discutida muito hoje. Nós do Brasil queremos ter neutralidade de rede no texto. Explicitamente. Mas há países, como os Estados Unidos que não querem. A União Europeia também não quer. Não sei como será a redação final, mas não sabemos se ela vai imperar. Precisamos entender que o Brasil não terá a palavra final. Nós aprovamos um Marco Civil que impõe a neutralidade", afirmou aos jornalistas o ministro Paulo Bernardo.
A situação é delicada politicamente. A União Europeia é favorável à neutralidade de rede, mas ainda não tem uma diretriz final e isso preocupa a sua representante Neelie Kroes. Os Estados Unidos têm um embate legal entre a Suprema Corte e a FCC, a Anatel deles. A Rússia, assumiu o ministro das Comunicações, criticou todo o processo do NetMundial. E não quer a neutralidade de rede. Os últimos retoques no documento estão sendo costurados. O texto final será conhecido às 18 horas.
Nos corredores do NetMundial, a expectativa é que o Brasil não terá sucesso nessa empreitada. E muitos criticam o posicionamento dos organizadores que não colocaram a neutralidade no contexto dos debates. "Não foi a melhor opção. A neutralidade veio à tona mesmo para quem não queria debater", disse uma fonte, que pediu anonimato porque está no meio das negociações.
Fonte: Ana Paula Lobo - Convergência Digital
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