08/05/2014
O governo costurou com a Qualcomm uma parceria para dar novo empurrão ao sonho de desenvolver no Brasil pelo menos uma parte da cadeia mundial de semicondutores. Parte desse esforço envolve a parceria da Qualcomm com empresas no país para a implantação de uma nova linha de montagem para componentes eletrônicos para smartphones.
"Vamos identificar o que pode ser feito para tornar o Brasil mais atraente para a indústria [de semicondutores]. Mas o governo também nos provocou a fazer algo prático. Por isso, vamos fazer aqui a validação de uma nova tecnologia que a Qualcomm desenvolveu para fabricar smartphones de forma mais eficiente", diz o presidente da Qualcomm para a América Latina, Rafael Steinhauser.
Os acertos fazem parte de dois 'memorandos de entendimento' firmados pela empresa e representantes dos ministérios de Ciência e Tecnologia, Comunicações e do Desenvolvimento nesta quinta, 8/5. O primeiro trata da criação de um grupo de trabalho para avaliar as condições e até onde o Brasil tem chance de se inserir no mercado de semicondutores.
"Esse acordo vai ajudar de forma muito efetiva definirmos alvos e objetivos da inserção do Brasil de forma mais favorável nesse mercado mundial de US$ 351 bilhões. Queremos que o Brasil possa concorrer nesse mercado, até para melhorar a balança comercial que é deficitária nesse setor", defendeu o secretario executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ricardo Schaefer.
O Brasil quer se valer dos contatos da Qualcomm na cadeia de produção – uma espécie de agente para ajudar a 'vender' o país como um lugar onde fabricantes de chips poderão se instalar se houver "melhora no ambiente". Ou, como resumiu Schaefer, "a Qualcomm sabe como essa cadeia se organiza no mundo e quais as condições inexoráveis para atrair os investimentos estrangeiros necessários".
A parte "prática" dos memorandos é uma aposta, mas com potencial favorável, segundo avalia a área de semicondutores do Ministério de Ciência e Tecnologia. A Qualcomm já tem parceiros no país – ainda não revelados – para fabricarem smartphones com base em um novo processo de integração de componentes eletrônicos proposto pela empresa americana.
"A ideia é que a produção se dê este ano no Brasil. A partir daí vamos entrar na validação comercial, que deve acontecer no início do próximo ano. Com isso, temos a possibilidade de o Brasil ser o primeiro a produzir com essa tecnologia", disse o secretário executivo do MDIC. "Componentes correspondem a 75% do custo de um smartphone. Se o Brasil não trabalhar na construção desses componentes, vamos gerar no médio prazo um déficit ainda maior que o atual".
Fonte: Convergência Digital
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