20/05/2014
Os presidentes das maiores operadoras móveis do país reclamaram nesta terça-feira, 20/5, da falta de acordo com administradores de estádios e de aeroportos no país para a instalação de equipamentos de telecomunicações. A briga envolveria a cobrança de 'aluguéis' de áreas de implantação de infraestrutura - ou a exploração "direta" nos caso de estádios.
Os executivos nominaram o Itaquerão, em São Paulo; Mineirão, em Belo Horizonte; Arena da Baixada, em Curitiba; Arena Pernambuco, em Recife; Castelão, em Fortaleza; e Arena das Dunas, em Natal, como os locais onde não foi possível acerto com os responsáveis para a instalação de redes WiFi.
"Seis estádios optaram por fazer redes próprias, provavelmente para usar de forma comercial", lamentou o diretor-executivo do sindicato nacional das operadoras, Sinditelebrasil, Eduardo Levy. Segundo ele, nesses casos "haverá dificuldade".
Mais grave, porém, é a situação no Itaquerão e na Arena da Baixada por conta do atraso na conclusão das obras. "No Paraná e em São Paulo não será possível realizar os testes de ajustes do sistema em função dos prazos de entrega dessas salas", disse o presidente da Vivo, Antonio Carlos Valente.
"Nossa situação mais urgente, as implantações mais críticas, são os estádios entregues recentemente. O Beira Rio foi entregue em maço. Em Curitiba e São Paulo foram entregues nos últimos dias de abril. O tempo está contra nós", emendou o presidente da Claro, Carlos Zenteno, ao incluir Porto Alegre.
Os aeroportos também foram alvo. Segundo Valente, no Rio, Salvador, Fortaleza, Recife, Brasília e Congonhas, em São Paulo, receberam "paliativos de 4G". "Mas em Confins [Belo Horizonte], Curitiba, Natal, Viracopos e Guarulhos [São Paulo], Cuiabá e Manaus ainda dependemos de espaço, negociação ou ambos".
Como já ilustrara o senador Zezé Perrela (PDT-MG), ex-presidente do Cruzeiro, ao falar de seu quintal, o Mineirão, a divergência em Belo Horizonte se deu porque o administrador do estádio queria R$ 10 mil por mês de aluguel. As teles só aceitaram pagar R$ 2 mil.
As empresas preferem custo zero. "Temos que deixar de lado os negócios relacionados aos aluguéis dos estádios, dos espaços nos aeroportos. Faço um chamado para que todos abram as portas para as operadoras para começarmos a implantar os equipamentos o mais rápido possível", pediu Carlos Zenteno, presidente da Claro.
Segundo o sindicato nacional das empresas, no entanto, no caso dos estádios o "aluguel" não explica a divergência. No caso do Mineirão, por exemplo, o custo para a instalação de equipamentos na arena já estava acertado desde a Copa das Confederações, no ano passado.
Não seria, assim, "uma questão de valor". Visto que "equipamentos de WiFi podem ser instalados por qualquer um" – até porque o uso é de frequência não licenciada, em geral 5,8 GHz – as divergências com os administradores dos estádios estaria no interesse desses de explorar diretamente a oferta de rede.
Fonte: Luís Osvaldo Grossmann - Convergência Digital
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