18/06/2014
Enquanto se prepara para mais um corte na quantidade de orelhões disponíveis, a Anatel aprovou nesta quarta-feira, 18/6, um regulamento que vem sendo discutido há alguns anos na agência e busca a sobrevida dos telefones públicos: ou como ajudar as concessionárias a ganharem mais dinheiro com esse aparelho.
"Em 2004, 42% da população usava orelhão diariamente. Em 2010, só 4%. Este ano a receita com TUPs deve ser inferior a R$ 18 milhões, ou R$ 2,17 para cada um deles. Sem contar a perda de receitas que foi de 43% entre 2012 e 2013", lamentou o conselheiro Jarbas Valente.
Segundo ele, o único fabricante nacional de cartões indutivos avisou que vai descontinuar a produção – também diante do uso reduzido, uma vez que teriam sido fabricados 650 milhões deles em 2006, mas apenas 132 milhões cinco anos depois, em 2011.
Diante desse cenário, a agência recuperou algumas propostas que circulam no regulador há pelo menos uns três anos. A norma, aprovada nesta quarta, prevê a oferta de outros serviços nos 'terminais de uso público', permite publicidade tanto na estrutura física como durante as chamadas e, particularmente, determina a criação de um novo meio de pagamento.
Esse novo meio ainda não existe. Segundo a Anatel, estão sendo feitos testes – alguns, como um cartão de 'raspadinha' onde há um código a ser discado, há mais de uma década. Nas primeiras versões, Anatel também chegou a prever o uso de cartões de crédito ou débito. A perspectiva é de que um novo sistema funcione em três anos – prazo definido para o estoque de cartões indutivos.
No caso da publicidade, além do uso do próprio visor do aparelho, será permitida propaganda no início de uma chamada. Nesse caso, caso o usuário aceite ouvir a publicidade, deverá ser premiado com, pelo menos, um minuto de ligação gratuita – é, portanto, uma forma de chamada patrocinada. "Estamos tentando dar maior atratividade aos orelhões, mas ainda não vimos modelos de negócios", lembrou o presidente da agência, João Rezende.
Os argumentos de baixo retorno dos telefones públicos são também usados para a nova proposta de redução na quantidade de equipamentos disponíveis. Mas nem agência ou concessionárias jamais mencionam que dos 847 mil orelhões listados como existentes no país, pelo menos 15% não funcionam – percentual que chega a 29,6% no Nordeste.
Fonte: Luís Osvaldo Grossmann - Convergência Digital
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